Nelson M. Mendes
O linguista Gustavo Conde, da Unicamp, leu na íntegra a carta de Palocci e concluiu que é fácil “desmascarar esse texto fraudulento” [...] “um mosaico de lugares-comuns costurado às pressas”.
Para
quem acha que vale tudo contra o PT (que no ideário de muitos representa a “esquerda”,
o “Comunismo”, o “Stalinismo”), a análise do linguista não tem qualquer valor. O
que vale é o Powerpoit pirotécnico do Dallagnol; o que vale é a “convicção” de
Moro, que, como diz Fernando Horta, pratica o “‘eu acho’"
dito na terceira pessoa: ‘o juízo se convenceu’”; o que vale é a atitude da ministra Rosa
Weber, que declarou: “Não tenho prova cabal contra
Dirceu – mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite” ; ou do
ministro Gilmar Mendes, que no afã condenatório (jamais contra tucanos!) afirmou: “Não se torna necessário que existam crimes
concretos cometidos”.
Tudo isso vale. O resto é “negação”.
A
negação é um fenômeno, mesmo: tem gente (cada vez em menor número, é verdade)
que nega que em 2016 houve um novo golpe no Brasil; tem gente que nega malas
cheias de dinheiro ilegítimo, inexplicado; nega aeronaves (sim, no plural) com
centenas de quilos de cocaína (enquanto acha natural que um cidadão preto e
pobre fique preso por portar um desinfetante, supostamente material para a confecção
de bombas, e depois volte à cadeia sob acusação não comprovada de portar
quantidades ínfimas de droga); tem gente que nega contas documentadas em bancos
suíços; tem gente que nega que a grande mídia (nas mãos de meia-dúzia de
poderosas ‘famiglias’) seja tendenciosa e minta descaradamente em favor do
poder econômico, da Plutocracia; tem gente que nega que o Judíciário seja
partidário, mais um dos braços da Plutocracia; tem gente, enfim, que nega que a
História se mova e que o atual sistema sobreviva através de ‘aparelhos’: aparelhos econômicos, políticos, culturais, publicitários,
militares.
A
negação é mesmo um fenômeno. Mas a
matilha LADRA, e a caravana da História passa.
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